Brasil tem 6,8 milhões de brasileiros na busca por emprego

Indústria, Construção e Outros serviços foi o setor que mais gerou emprego no último semestre | Foto: Jonathan Campos/AEN-PR

 O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados sobre emprego e trabalho na última sexta-feira, 29. O Brasil registrou, de agosto a outubro, a menor taxa de desocupação da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012: 6,2%. Esse percentual representa 6,8 milhões de brasileiros buscando emprego, o menor número em uma década, desde o fim de 2014. A redução na desocupação está associada a um aumento expressivo no número de pessoas empregadas.

O total de trabalhadores no Brasil atingiu 103,6 milhões, um recorde histórico. No setor privado, 53,4 milhões de pessoas estavam empregadas, sendo 39 milhões com carteira assinada e 14,4 milhões sem carteira. O setor público também alcançou um número recorde de 12,8 milhões de empregados.

 

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Proporção de pessoas ocupadas atinge nível recorde

Assim, a proporção de pessoas com 14 anos ou mais que estão trabalhando chegou a 58,7%, o nível mais alto já registrado. Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, destacou que "a recorrente expansão da ocupação em 2024 tem gerado esses recordes, que ultrapassaram os anteriormente registrados".

Entre os dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua, três foram os principais responsáveis pelo aumento da ocupação. Na Indústria, houve um crescimento de 2,9%, com 381 mil pessoas a mais. A Construção cresceu 2,4%, adicionando 183 mil trabalhadores, enquanto o setor de Outros serviços aumentou 3,4%, com mais 187 mil novos trabalhadores.

Gráfico mostra a taxa de desocupação de pessoas acima de 14 anos | Foto: Divulgação/IBGE

No total, essas atividades somaram 751 mil novos empregos no trimestre. Em comparação com o mesmo período de 2023, sete setores expandiram o número de trabalhadores. A Indústria cresceu 5%, com 629 mil pessoas a mais, e a Construção aumentou 5,1%, adicionando 373 mil trabalhadores.

O Comércio, reparação de veículos e motocicletas teve alta de 3,3%, com 623 mil novos empregados. O setor de Transporte, armazenagem e correio cresceu 5,7%, com 316 mil novas vagas. Setores de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias e administrativas aumentaram 4,5%, somando 563 mil trabalhadores.

 

Outros setores e variações no emprego

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais cresceram 4,4%, com 802 mil novos empregados. Outros serviços tiveram a maior alta percentual, de 7,2%, com 382 mil novos postos de trabalho.

Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura registraram uma queda de 5,3%, com perda de 446 mil postos, enquanto os grupos de Serviços domésticos e Alojamento e alimentação permaneceram estáveis.

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A taxa de informalidade no trimestre foi de 38,9%, correspondendo a 40,3 milhões de trabalhadores informais, o maior número desde 2016. Essa taxa superou a do trimestre anterior (38,7%) e foi inferior à do mesmo período de 2023 (39,1%).

O aumento na informalidade deve-se ao crescimento de trabalhadores sem carteira assinada, enquanto o número de trabalhadores por conta própria, que totaliza 25,7 milhões, manteve-se estável nas comparações trimestral e anual.

 

Rendimento médio e pesquisa PNAD Contínua

O rendimento real médio dos trabalhadores foi de R$ 3.255, sem variação estatisticamente significativa em relação ao trimestre anterior, mas com aumento de 3,9% em comparação ao ano anterior. A massa de rendimento real totalizou R$ 332,6 bilhões, crescendo 2,4% no trimestre e 7,7% no ano.

Adriana Beringuy explicou que, "embora o rendimento médio não tenha mostrado variação estatisticamente significativa frente ao trimestre móvel anterior, a massa de rendimentos cresceu nas comparações trimestral e anual, devido ao aumento do número de pessoas trabalhando e recebendo rendimentos".

A PNAD Contínua é a pesquisa mais abrangente sobre a força de trabalho no Brasil, com uma amostra de 211 mil domicílios distribuídos por 3.500 municípios, visitados trimestralmente por cerca de dois mil entrevistadores do IBGE, presentes em mais de 500 agências em todo o país.

Em resposta à pandemia de Covid-19, o IBGE iniciou a coleta de dados por telefone em 17 de março de 2020, mas retomou o levantamento presencial em julho de 2021. A próxima divulgação da PNAD Contínua Mensal, com dados do trimestre encerrado em novembro, está programada para 27 de dezembro.

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